O Dia da Toalha – Mensagem


Dia 25 de maio. O dia escolhido para se celebrar ao Orgulho Nerd, ou, como é também chamado, o Dia da Toalha.

Tal dia foi escolhido por alguns motivos: Por ser o dia que, em 1977, o episódio IV de Star Wars foi aos cinemas, e também por que foi no dia 25 de maio que, no livro Discworld, o império foi substituído pela república – o Glorioso 25 de maio.

O nome – Dia da Toalha – é uma homenagem a Douglas Adams, famosíssimo escritor de uma das maiores obras do mundo geek, a magnificente saga – ou a famosa "Trilogia de Cinco Livros" – do Guia do Mochileiro Das Galáxias. No 3° capítulo do primeiro livro é dito que dentro da mochila do personagem Ford Perfect, há algumas esferográficas, um bloco de notas e, claro, uma grande toalha de banho. Nesta cena, Adams para todo o acontecimento – relaxa, não vamos dar spoiler algum – para explicar o significado da toalha, segundo o verdadeiro Guia do Mochileiro das Galáxias. Para ler ao trecho, clique aqui.

Vivemos em um momento o qual todo nerd sempre sonhou: estamos na moda. Nos cinemas, os filmes de super heróis estão dominando e se tornando cada vez mais fortes, games são vendidos como água, a febre por action figures é gigantesca, é cada vez mais comum vermos pessoas com camisas com personagens da cultura nerd... É ótimo que nossa cultura esteja propagada. Mas, com isso, um fenômeno surgiu: o nerd que quer ter ou saber mais que o outro. O ponto é: seria essa a verdadeira origem do ser nerd? O nerd é o consumista desenfreado que briga com o outro para mostrar que tem mais produtos? Que não aceita novas pessoas que querem conhecer um pouco mais de determinado assunto?

O nerd é, por origem, quem busca o conhecimento, seja ele acadêmico, de quadrinhos, filmes, séries, jogos, livros, etc. Ou seja, nerd é o que busca ter a sabedoria de determinado assunto e nunca, jamais, se satisfaz com o conhecimento já adquirido. E, claro, o nerd vive e ama as suas áreas de conhecimento. Com a ascensão do ser nerd, tal definição passa por uma reversão catastrófica, a qual podemos perceber facilmente. É como se fosse uma batalha, uma disputa de mercado. Claro, a disputa sempre esteve presente no cotidiano dos geeks, como as saudáveis discussões entre Marvel e DC Comics, Star Trek e Star Wars. Tais trocas de opiniões fazem com que ambas as empresas tentem superar a outra, presenteando a nós, fãs. Mas o ponto é esse: Nós não fazemos isso. Ao invés de tentarmos fazer com que as empresas tentem se superar entre si, nós tentamos parecer mais fãs do que os outros, não só no quesito conhecimento, mas em ter mais bonecos, mais quadrinhos, mais camisas... Mais produtos.

Isso não é ser nerd. Nunca foi e, se impedirmos, nunca será. Não podemos deixar a disputa de mercado entre empresas ser a nossa disputa, o que, com a crescente da nossa cultura, a tendência é essa. Podemos crescer sem virarmos uma máquina de consumo desnecessário. O ser nerd está na nossa capacidade de buscar conhecimento, não no quanto gastamos. Claro, não serei hipócrita, todos nós gostamos de comprar nossas HQs, nossos livros, nossos bonecos, e não há nada de errado nisso, o problema é se o ato de consumir deixar de ser algo que agrade a si mesmo, mas algo para agradar ao próximo. É ótimo que possamos comprar nossos produtos, mas apenas enquanto estivermos fazendo isso para realização própria.

Precisamos de mais Douglas Adams. Não só precisamos de escritores com a visão e a imaginação que ele possuía, mas precisamos de mais nerds que influenciem não só na cultura nerd, mas na cultura pop no geral. Adams concebeu o nome do álbum The Division Bell, do Pink Floyd, foi influente em série famosas, como Arquivo X, Doctor Who, até mesmo Star Trek, e, claro, a série a qual ele era um dos roteiristas, Monty Python: Flying Circus. Nos cinemas, existem referências sutis ao grande escritor, como no filme Eu Robô, o qual o primeiro robô tem o número 42 na testa.

Não precisamos batalhar para ver quem tem mais. Por mais que vivemos intensamente nossa cultura, não precisamos entrar em conflito por divergências de opiniões. Nós precisamos de conversas argumentativas e pacíficas, precisamos buscar conteúdo, conhecimento, não apenas produtos.

Douglas Adams, escritor do Guia do Mochileiro Das Galáxias. Viveu entre 1952 a 2001.
Nós, do Planetário, somos pessoas que dividem seu tempo de forma desvairada. Somos formados por, na maioria, estudantes, trabalhadores, com horários apertados, e, mesmo assim, tiramos horas sagradas do nosso dia para criar conteúdo e tentar, ao menos, propagar a ele, sempre sendo menos sensacionalistas o possível, e, obviamente, sendo verdadeiros. Tentamos não ser mais um dentre vários sites, buscamos identidade própria, pois só assim conseguiremos propagar ao que idealizamos: cultura nerd inclusiva e sempre visando ao conhecimento. Não busque o conhecimento para ser melhor que outro, mas para ser melhor do que você já foi um dia. Com isso, desejamos a vocês um ótimo Dia da Toalha.
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