Triângulo do Medo – Dica da Semana #1


Este é o primeiro texto de um novo quadro aqui do site chamado de Dica da Semana, o qual indicaremos, toda sexta-feira, um filme, série, HQ, livro ou jogo à vocês, nossos leitores, com intuito de apresenta-los à novos conteúdos a serem consumidos nos finais de semana. O intuito é tentar, na medida do possível, indicar obras não tão conhecidas, evitando, assim, cair no óbvio. Não indicaremos aqui filmes essenciais como Cidadão Kane, Poderoso Chefão; Ou quadrinhos como Cavaleiro das Trevas, Watchmen; Ou série como Breaking Bad, Game of Thrones. A ideia é apresentar materiais com menos destaque na mídia, de não tão grande sucesso do mainstream. Nestes textos abordaremos o porquê recomendamos tal conteúdo, sem o intuito de fazer uma análise ou crítica da obra em questão – o que pode acontecer, eventualmente.

Em cada texto, daremos uma nota – de 0 à 5 – do quanto recomendamos o conteúdo em questão, seguido de uma palavra que usaríamos para definir tal obra. Vale lembrar que a nota não é totalmente relacionada à qualidade, mas sim ao quanto recomendamos. Portanto, se você ver alguma nota alta por aqui, significa que a obra é imperdível.

Na estreia do quadro, indicaremos um filme de suspense/terror que foge do convencional. Tratamos aqui o britânico Triângulo do Medo.


        Filme: Triangle (Triângulo do Medo)
        Direção: Christopher Smith.
        Roteiro: Christopher Smith.
        Elenco: Melissa George, Liam Hemsworth, Joshua McIvor, Michael Dorman, Emma Lung.
        Gênero: Thriller, Terror, Mistério.
        Ano de lançamento (EUA): 2009.
        Duração: 1h39.
        Produção: Juliane Baines, Chris Brown, Sara Giles, Jason Newmark.
        Estúdio: Icon Entertainment International.
        Classificação indicativa: 16 anos.
        Música composta por: Christian Henson.
        

Nota de recomendação: 3,5/5
Instigante
O filme narra os acontecimentos em um veleiro entre amigos, com foco na personagem da Jess, que, desde o primeiro momento em cena, apresenta um arco próprio com um drama familiar fortíssimo. Após uma forte tempestade, ambos os membros tentam refúgio em um transatlântico que – ocasionalmente – está passando por eles.

Não há mais nada que possa ser dito a respeito do plot do filme que não possa ser considerado spoiler. Sem problemas, pois a qualidade do filme não está na premissa, mas sim na forma como foi executada e – principalmente – no seu desenvolvimento, que torna muito maior e mais divertida uma trama que, por si só, já é interessante. Ele cria um conto original, utilizando elementos de Memento e misturando-os com várias referências e homenagens ao Iluminado, tudo isso para criar uma narrativa com certo grau de complexidade, mas, essencialmente, divertido, surpreendente. Só pelo roteiro coerente e instigante, já existem motivos para colocar este filme na lista, mas ele vai além. Toda a direção de arte é muito bem-feita, com visuais e cenários pensados de maneira a serem executados com objetivo de completar o que a própria trama já inicia (a atmosfera de tensão), além de apresentar direção e fotografias belíssimas, com planos e enquadramentos não convencionais, sempre com destaque a paisagem marítima.

Tanto o roteiro quanto a direção são de Christopher Smith, que já trabalhou em filmes de qualidade inferiores a este, como Mutilados, de 2006, Plataforma do Medo, de 2004, e Morte Negra, de 2010. Contudo, aqui, além de seu ótimo trabalho no roteiro, a sua precisão na direção é perceptível, também, ao percebemos que este é um filme com bastante identidade, mesmo bebendo de outros filmes mais famosos. Ele usa de enquadramentos confusos que são utilizados propositalmente para não mostrar determinadas partes dos cenários, mantendo o foco do filme nas descobertas, mantendo o mistério central. O diretor acerta na condução de seus atores, que apesar de não ter nenhuma grande estrela no elenco (além de Liam Hemsworth, que na época não era tão conhecido quanto hoje), ele consegue sugar o máximo de cada um em todas as tomadas, com destaque especial à Melissa George, que, demonstra total controle técnico em sua atuação, passando todas as expressões que a cena em questão pede com naturalidade.

Há certo equívoco em colocar este como um filme de terror, pois o maior atrativo é sua trama, que em poucos momentos consegue colocar imerso ao medo, mas sim à curiosidade, confusão, sendo extremamente imersivo num contexto de suspense/thriller – atmosfera similar as de vários clássicos do terror, onde o elemento do horror se dá pela ambientação, não pelo susto gratuito.

Não veja trailer, não leia sinopses ou críticas deste filme. Apenas assista. Qualquer informação a mais que as deste texto pode tirar o elemento surpresa da sua experiência.

Fique atento: o filme já esteve presente no catálogo da Netflix, entretanto, no momento em que este texto foi publicado, não está disponível no serviço de streaming, o que pode mudar em alguns meses.
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